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Pólítica com tempero: o blog de curiosidades gastronômicas sobre acontecimentos sociais, políticos e culturais

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Comida e Campus Party


Para começar com o pé direito e tardiamente a minha vida de blogueira em 2010, neste começo de ano, dei uma passadinha pela Campus Party. Para não perder o costume, resolvi analisar a curiosa gastronomia deste lugar onde, definitivamente, esse não é o forte.

Como não é novidade para ninguém, o mundo geek, cercado de computadores por todos os lados, tem também a particularidade de ter o fast food como principal expressão culinária. É uma face da tribo que independe de localização geográfica, nacionalidade, língua: todo geek que se preze gosta do bom e velho sanduíche, de preferência, consumido em frente ao computador, sem precisar se deslocar muito, e acompanhado por um balde de Coca-Cola.

Aqui no Centro Imigrantes há exatamente quatro lanchonetes. Isso mesmo: quatro. As pessoas buscam suas bandejas repletas de batatas fritas e refrigerantes, posicionam sobre a mesa e comem enquanto tuítam, jogam, falam com o amigo que está ao lado pelo MSN. Uma bomba calórica, consumida assim, de uma vez, sem pudores ou o mínimo de concentração.

Para variar um pouquinho o cardápio, teve quem conseguiu pedir comida em um grande expoente do fast-food árabe (afinal, não faço merchandising por aqui), ou quem por um milagre divino conseguiu um micro-ondas para fazer o seu cup noodles. Apenas uma palavra: medo. A sorte desse pessoal é que eles realmente estão dominando o mundo. Isso é fato e é político.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Mais tempero que política

Política com Tempero reestreia a postagem de conteúdos neste ano de 2010, depois de quase dois meses de anonimato. Mas a ausência foi por um bom motivo: essa autora que vos fala vai casar no dia 4 de dezembro de 2010.

Nesse meio tempo, virei uma pessoa focada apenas em preparativos, experimentei muitos temperos e acompanhei pouca política. Tive o prazer de vivenciar o maravilhoso, indiscutível, indecifrável mundo dos Buffets de São Paulo. Um mundo onde tudo pode acontecer e você nunca sabe como será a degustação do dia seguinte.

Obviamente que escolher um Buffet para o grande dia diz muito sobre uma pessoa. Dá até para descobrir traços da personalidade, do fenótipo e do genótipo: de onde veio, para onde quer ir, quanto ganha, quanto o marido ganha, quanto as famílias ganham, o que gosta de comer, que imagem quer passar, como são os amigos e a família, se gosta de glaçados ou se prefere caramelados.

O casamento é um universo repleto de possibilidades.

domingo, 15 de novembro de 2009

A cerveja e o menino



O Brasil é campeão mundial em reciclagem de latinhas, com um índice de 96,2%, segundo a Associação Brasileira de Alumínio (Abal). Os números não negam a supremacia nacional e, vira e mexe, alguém se gaba do fato. Mas qualquer pessoa um pouco mais esclarecida consegue perceber que a liderança brasileira não acontece graças à consciência socioambiental da população, muito menos a programas governamentais: é uma questão de necessidade.

O rapaz da foto tem apenas 5 anos de idade, mas já conhece a realidade da reciclagem muito bem. Mora na pequena praia de Ponta Negra, em Paraty, litoral do estado do Rio de Janeiro. Apesar de o paradisíaco local estar na região Sudeste do País, tida como a mais desenvolvida, não conta com um privilégio que todos consideram indispensável – ainda mais em tempos de apagão: a luz elétrica.

A praia, de pequena extensão, possui dois bares, que por terem gerador, conseguem vender cerveja gelada aos visitantes. Nos finais de semana e feriados, muitas das pessoas que se hospedam na Praia do Sono, ao lado, fazem uma trilha para a Ponta Negra. A praia lota e o menino se posiciona estrategicamente no Bar da Bikinha, esperando os turistas degustarem uma “gelada”. Assim que acabam, vai, educadamente, buscar a latinha restante.

Antes de posar para a foto acima, ele mostrou a sua sacolinha azul lotada e me disse: “já estou com umas dez latinhas, meu pai vai ficar feliz”. Alumínio vale dinheiro, essa é a grande questão. O pai de garoto é pescador. Para bom entendedor...

Caio é a prova de que o país que é capa da The Economist, vai sediar Olimpíadas e Copa do Mundo, ainda tem muito chão pela frente. No dia em que formos campeões de reciclagem por consciência ambiental e não por necessidade de subsistência, podemos começar a conversar.
Por Política com tempero

Vida e caos

Percebo que a minha vida está um caos, quando fico mais de um mês sem atualizar esse blog. Desde outubro, quero escrever sobre uma viagem que fiz para a Ponta Negra, que rendeu algumas considerações gastronômicas. Espero fazê-lo dentro em breve. Na quinta-feira, acabam as minhas aulas e tudo deve melhorar... rsrs

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quantos minutos você trabalha para comprar um Big Mac?


Há alguns anos, a revista The Economist publica um ranking que mede o poder de compra de determinadas moedas baseando-se em um item simples: o custo do Big Mac em cada país. A ideia é bastante válida, uma vez que o lanche carro-chefe do McDonald`s é um dos produtos mais "iguais" em todos os lugares do mundo.

Recentemente, a revista publicou outro índice alternativo, ainda considerando o sanduíche do Ronald. O novo ranking mede quanto tempo uma pessoa tem que trabalhar em 73 cidades do mundo para ter dinheiro para adquirir o lanche. Dessa forma, pode-se verificar não só a valorização da moeda em si, mas ter uma ideia do custo de vida e da capacidade de consumo da população.

A cidade de Obama, juntamente com Toronto e Tóquio são os lugares do mundo onde o trabalhador fica menos tempo na labuta para saborear o sanduíche: apenas 12 minutos. Para contrastar, em locais como Jacarta, Nairobi e Cidade do México, o tempo médio são duas horas. A representante brasileira da lista é São Paulo, onde um habitante precisa trabalhar em média 40 minutos, pouco menos que a média global.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Cuba Libre!

Ao ler o rótulo de uma garrafa de Bacardi, provavelmente estará escrito: engarrafado em Porto Rico.

Entretando, o rum está para Cuba assim como a cachaça está para o Brasil. A principal semelhança é que os dois produtos são fabricados por meio da destilação da cana-de-açúcar. O mojito é a caipirinha cubana. A Família Bacardi era uma das mais tradicionais da ilha.

A primeira fábrica deles foi fundada em 1862, em Santiago de Cuba, por Don Facundo Bacardi Masso.

Desde então, a história da família Bacardi mistura-se com a da ilha. O filho mais velho de Facundo, Emilio Bacardi, foi exilado do país por promover atividades anticoloniais. O neto do fundador da Bacardi lutou no exército rebelde da independência.

Foi inclusive depois da guerra da independência que a família criou um drinque bastante temático: o Cuba Libre. No início do século XX, durante a Lei Seca norte-americana, a Bacardi se tornou ponto de visitação dos turistas dos Estados Unidos.

Na década de 1930, algumas garrafas de rum Bacardi foram produzidas fora de Cuba pela primeira vez, nas fábricas de Porto Rico e do México.

Mas o sonho acabou em 1959, com a revolução e o comunismo. A família Bacardi deixou o país abandonando todas as plantações de cana, confiscadas pelo estado durante o processo de reforma agrária. Os ilustres cubanos se mudaram para as Bahamas e passaram a passaram a maioria das operações para a fábrica de Porto Rico: aí está a explicação contida nas garrafas.

Até hoje a Bacardi Rum Co. procura recuperar suas propriedades de açúcar expropriadas pelo governo revolucionário e é uma das maiores opositoras ao regime castrista.

Hoje, o estado de Fidel produz o Havana Club: El Ron de Cuba... É um rum de exportação, produzido no bairro de Habana Vieja, na capital (foto).

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Onde está Wally? Ou melhor, Che!


A foto acima mostra o velório da estudante morta durante protestos contra o governo golpista em Honduras. O que me chamou a atenção foi a foto do Che Guevara ao fundo. Reparem!

Mais uma prova de que Fidel não é, nem nunca foi, bobo ao posicionar a foto de Che estrategicamente por toda a ilha. Ícone eterno!