Pólítica com tempero: o blog de curiosidades gastronômicas sobre acontecimentos sociais, políticos e culturais

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O almoço do brasileiro (parte III): O retorno dos excluídos

O maior problema do Brasil é a desigualdade social. Qualquer pessoa com o mínimo de senso de observação – indo do ex-presidente ao atual – consegue perceber que há poucos extremamente ricos, até para padrões europeus e norte-americanos, e muitos extremamente pobres.

Em uma cidade como São Paulo, a mais abastada do País e com duas lojas Tiffany’s, fica ainda mais fácil observar isso. O horário do almoço torna-se momento emblemático. Os restaurantes dos Jardins – onde existem todos os tipos de refeições caras –ficam abarrotados. São pessoas fechando negócios, fazendo networking ou apenas se refestelando para dar uma pausa na rotina estressante.

Enquanto isso, lá dentro, os colaboradores comem o que dá. Além disso, pessoas que trabalham em bairros muito chiques ou em grandes centros comerciais, porém com cargos menores, precisam se virar para não gastar o salário inteiro comendo PFs de 30 reais. O jeito é vender tickets refeição e levar o almoço pronto de casa.

Mesmo com essa solução, acontecem dois problemas básicos: os tickets agora são de cartão e o valor da cesta básica não para de crescer.

Explicando: quando os tickets ainda eram de papel, era fácil repassá-los. Hoje, é preciso encontrar um restaurante que se disponha a descarregar o valor, descontando o preço cobrado pelas operadoras e juros módicos. Afinal, ninguém faz nada de graça. Além disso, a alimentação é um dos itens que mais aumentaram de preço segundo o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor): 0,19% em maio.

Tem que ser malabarista para equilibrar o orçamento!
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Na foto, Fasano, restaurante símbolo da desigualdade.

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