
Já inventaram, até mesmo, um termo denominado “Comfort Food” para determinar, por exemplo, aquela sensação com a qual nos deparamos ao cheirar um tempero que remeta às raízes, à casa da mãe ou da avó, à merenda do colégio – claro que isso só acontece quando todos esses itens trazem boas lembranças. Quando um presidente brasileiro diz que, entre todas as comidas do mundo, escolhe rabada com polenta, mostra-se alinhado com as bases demográficas do País, em consonância com as origens pernambucanas e se torna, assim, um homem do povo. De bobo, não tem nem o cardápio do almoço.
Coincidência ou não, de uns tempos para cá, comer rabada é Cult. Bons restaurantes de São Paulo servem o prato e há até “bibocas” que se tornam rapidamente pontos “descolados” por oferecer boas versões a preços módicos. Além disso, não se pode negar a contribuição do chef Alex Atala, que, depois de ser reconhecido internacionalmente, ganhou passe livre para ditar tendências e mostrar a um povo que pouco valoriza as suas raízes culturais o quanto elas são ricas e especiais.
Mais que um prato, a rabada com polenta é a expressão de uma cultura, que, cada vez mais, deixa de ser marginalizada para entrar no circuito oficial.
PIMENTA: Como também não era bobo, quando presidente, Fernando Henrique Cardoso declarava que seu prato predileto era picadinho. Essa era um pouco mais difícil de acreditar.
2 comentários:
Adorei a ideia do blog. Megainusitada!... Agora que vou comer por dois (hehehehe), vai ser difícil acompanhá-lo... hehehe
Me identifiquei com a Matéria!
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