Pólítica com tempero: o blog de curiosidades gastronômicas sobre acontecimentos sociais, políticos e culturais

domingo, 20 de setembro de 2009

Embalagens de produto

Se a minha família se mudasse para Cuba hoje, só a minha mãe teria alguma possibilidade de conseguir um emprego. Tem formação em serviço social, um dos pontos altos do país.

Cansei de ouvir que ser jornalista em Cuba é muito perigoso. Em outras palavras, não há liberdade de imprensa. Ou seja, eu teria que suar a camisa para publicar qualquer reportagem.

Mas quem, com toda certeza, ficaria desempregado é meu irmão: publicitário.

Essa é a profissão mais irrelevante em um país comunista. Os motivos são fáceis de serem observados. Se não há concorrência, nem poder de consumo, nem liberdade de compra: para quê pagar um profissional cujo objetivo principal é alavancar vendas?

O supermercado é o local de Cuba onde essa total irrelevância fica completamente evidente. Com certeza, não existem empresas de trade marketing na ilha. Não há gôndolas centrais, nem displays, nem banners. Trabalho de PDV? Com qual finalidade?
Existe uma pequena gama de produtos dispostos milimetricamente nas prateleiras e há diversos seguranças espalhados pelos corredores, monitorando os passos de todos os frequentadores. As embalagens de produtos cubanos são praticamente iguais: possuem apenas as informações essenciais no rótulo. Não há licenciados, nem logos, nem identidade de marca...

A mesmice é quebrada pelos importados: há itens brasileiros, franceses, espanhóis, argentinos, venezuelanos. Marcas como Nestle, Bauducco e, pasmem, as maravilhosas sandálias Dupé (foto). Ou alguém aí achou que eram Havaianas?
Havaianas é coisa para europeu!

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