Pólítica com tempero: o blog de curiosidades gastronômicas sobre acontecimentos sociais, políticos e culturais

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Tão perto, tão longe: fim da URSS e exploração turística


No balneário cubano de Varadero, a menos de 200 km de Havana, tem-se uma vista maravilhosa para o mar do Caribe. Azul, cristalino, calmo e paradisíaco. Lugar ideal para atrair pessoas do mundo inteiro.

Um potencial comercialmente inexplorado até o início da década de noventa, quando o turismo passou a ser um dos maiores produtos de exportação cubanos. Esse processo não aconteceu por vontade do governo, mas por necessidade. Essa pequena abertura de mercado se deu pouco tempo depois da derrocada da URSS e da queda do muro de Berlim. Quando perdeu seus maiores parceiros comerciais, Fidel teve que se virar e aproveitou o que a ilha poderia oferecer de melhor.

O primeiro resort, Sol Meliá Palmeras, foi construído em 1990 e inaugurado pelo próprio Fidel Castro. A foto do ditador, a história do local e o hino revolucionário de Cuba estão na porta do empreendimento, que é uma sociedade entre os espanhóis da rede Meliá e o governo de Cuba. De lá para cá, aproximadamente um resort é inaugurado ao ano na cidade.

Hoje, são 18.

A renda que entra da exploração turística tornou possível algumas pequenas modernizações na infraestrutura do país caribenho: compra de novos ônibus, pavimentação de rodovias, presença de carros europeus 0km para aluguel.
A maioria dos cubanos deseja trabalha na rede hoteleira, onde ficam mais próximos desse mundo moderno. Dentro dos resorts, é possível se esquecer de que estamos em Cuba, das pobrezas do país e de todas as mazelas pelas quais passam a população. É quase como visitar a Disney.

A comida também.

Dentro dos resorts, existe um mundo mágico de aromas e sabores. São restaurantes dos mais diversos tipos de culinária mundial: italiana, alemã, espanhola, chinesa e, é claro, caribenha. Há opções para todos os tipos de paladares. A maioria dos vinhos vem da Espanha, mas é o rum cubano que cai nas graças dos turistas.
Uma breve visita ao centro de Varadero traz a realidade regional: os cubanos comem em carrinhos de lanches e pizzas (foto), sem guardanapo, pois o papel é escasso e o mais curioso é que, por motivos óbvios, as travessas são retornáveis. Como tudo na ilha de Fidel, os utensílios têm décadas de existência.
PS: Lembrando que os norte-americanos não podem visitar Cuba

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