Só se faz um país com um sistema educacional de qualidade. Essa ideia, apesar de altamente clichê, deve ser constantemente repetida, pois não é relembrada. Nos últimos dias, mais exemplos e fatos mostraram que a educação brasileira vai de mal a pior.
Vários, e complexos, fatores guiam um país rumo a um sistema educacional eficiente, que consiga formar uma massa crítica e lançar profissionais de qualidade no mercado de trabalho. Entre eles, está a formação e atualização dos professores, a infra-estrutura das escolas e, em grande parte, a alimentação dos alunos. Sim, a comida servida. Criança que come mal apresenta grande dificuldade de aprendizado. Não é preciso ser nenhum gênio para entender por que.
Por isso, entre todas as notícias apresentadas recentemente sobre educação, assustei-me com a fraude da merenda escolar. Mesmo essa notícia não é novidade: em 2003, em Fortaleza e em 2007, no Maranhão – coincidentemente o estado do novo presidente do Senado – houve denúncias de superfaturamento, compra ilícita e terceirização de merenda. As crianças chegaram a ficar sem ter o que comer. Agora, acontece em São Paulo e também em Cotia: comida estragada e quantidades ínfimas de alimentos são distribuídas. Em 2007, a SP Alimentos já havia sido acusada de oferecer propina para conseguir a licitação. O problema é endêmico.
Onde está o poder público e a imprensa – que inicialmente noticiou o fato com grande enfoque e agora já o tirou da mídia?
Outro fato alarmante foi o nível dos professores avaliado por uma prova realizada pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, segundo informações da coluna de Gilberto Dimenstein desta quarta-feira, na Folha de São Paulo. 40% dos 48 mil alfabetizadores avaliados seriam reprovados com nota menor do que cinco. Três mil tiraram zero!
A pergunta que fica é: se todo mundo sabe o que deve ser feito, por que tão poucos fazem? Um dos principais motivos dos governantes para não investir no setor é óbvio: demora a haver retorno, a melhora do ensino não é palpável e visível, como fazer uma ponte, por exemplo. Além disso, na construção civil, é mais fácil superfaturar, desviar, realizar atos ilícitos...
________________________
Sexta-feira 13
Depois de Temer e Sarney, tivemos uma semana de Edmar, de Yeda, de dois acidentes de avião e o caso Eluana Englaro. Desculpem-me todos os religiosos e dogmáticos que foram contra a autanásia da italiana, mas a jovem já não tinha vida há muito tempo. Basta pensar na comida. Sabe o que Eluana comeu nos últimos 17 anos, que alimentos ingeriu? Nada, nenhum! É difícil imaginar o corpo de uma italiana que não consumiu nem um pratinho de macarrão em todo esse tempo. Por mais que estivesse recebendo todos os nutrientes necessários, a jovem já pesava menos de 40 quilos.
Pólítica com tempero: o blog de curiosidades gastronômicas sobre acontecimentos sociais, políticos e culturais
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário