Pólítica com tempero: o blog de curiosidades gastronômicas sobre acontecimentos sociais, políticos e culturais

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Comida, diversão, arte e... educação

Só se faz um país com um sistema educacional de qualidade. Essa ideia, apesar de altamente clichê, deve ser constantemente repetida, pois não é relembrada. Nos últimos dias, mais exemplos e fatos mostraram que a educação brasileira vai de mal a pior.

Vários, e complexos, fatores guiam um país rumo a um sistema educacional eficiente, que consiga formar uma massa crítica e lançar profissionais de qualidade no mercado de trabalho. Entre eles, está a formação e atualização dos professores, a infra-estrutura das escolas e, em grande parte, a alimentação dos alunos. Sim, a comida servida. Criança que come mal apresenta grande dificuldade de aprendizado. Não é preciso ser nenhum gênio para entender por que.

Por isso, entre todas as notícias apresentadas recentemente sobre educação, assustei-me com a fraude da merenda escolar. Mesmo essa notícia não é novidade: em 2003, em Fortaleza e em 2007, no Maranhão – coincidentemente o estado do novo presidente do Senado – houve denúncias de superfaturamento, compra ilícita e terceirização de merenda. As crianças chegaram a ficar sem ter o que comer. Agora, acontece em São Paulo e também em Cotia: comida estragada e quantidades ínfimas de alimentos são distribuídas. Em 2007, a SP Alimentos já havia sido acusada de oferecer propina para conseguir a licitação. O problema é endêmico.

Onde está o poder público e a imprensa – que inicialmente noticiou o fato com grande enfoque e agora já o tirou da mídia?

Outro fato alarmante foi o nível dos professores avaliado por uma prova realizada pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, segundo informações da coluna de Gilberto Dimenstein desta quarta-feira, na Folha de São Paulo. 40% dos 48 mil alfabetizadores avaliados seriam reprovados com nota menor do que cinco. Três mil tiraram zero!

A pergunta que fica é: se todo mundo sabe o que deve ser feito, por que tão poucos fazem? Um dos principais motivos dos governantes para não investir no setor é óbvio: demora a haver retorno, a melhora do ensino não é palpável e visível, como fazer uma ponte, por exemplo. Além disso, na construção civil, é mais fácil superfaturar, desviar, realizar atos ilícitos...
________________________
Sexta-feira 13
Depois de Temer e Sarney, tivemos uma semana de Edmar, de Yeda, de dois acidentes de avião e o caso Eluana Englaro. Desculpem-me todos os religiosos e dogmáticos que foram contra a autanásia da italiana, mas a jovem já não tinha vida há muito tempo. Basta pensar na comida. Sabe o que Eluana comeu nos últimos 17 anos, que alimentos ingeriu? Nada, nenhum! É difícil imaginar o corpo de uma italiana que não consumiu nem um pratinho de macarrão em todo esse tempo. Por mais que estivesse recebendo todos os nutrientes necessários, a jovem já pesava menos de 40 quilos.

Nenhum comentário: